EXPOSIÇÃO MBA’É KA’Á
No dia 08 de março de 2024 foi inaugurada, junto ao novo Museu do Jardim Botânico, a exposição Mba’é Ka’á (o que tem na mata) – Barbosa Rodrigues entre plantas e pajés.
Com narrativas ligadas aos estudos do Selvagem, a exposição trouxe para o espaço cultural pinturas, cestarias, bichinhos de madeira e outras expressões artísticas dos povos Guarani e Baniwa para dialogar com o trabalho do botânico e pesquisador João Barbosa Rodrigues.
Na exposição também aconteceu, pela segunda vez, o Jardim Viva Viva Escola Viva, um espaço de aprendizagens e celebração da diversidade de vidas e do bem viver. A primeira montagem do Jardim foi na exposição Viva Viva Escola Viva, realizada entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024 na Casa França-Brasil.
Barbosa Rodrigues (1842-1909) foi uma figura de grande importância para a botânica no Brasil e no mundo. A partir de viagens e pesquisas de campo, reuniu estudos, escritos e ilustrações sobre inúmeras espécies de plantas – como as palmeiras brasileiras, às quais dedicou anos de atenção, que resultaram na publicação de sua obra Sertum palmarum brasiliensium, uma referência na botânica no mundo.
Em suas viagens pelo Brasil, Barbosa Rodrigues percebeu o vasto conhecimento botânico dos povos indígenas, que também estava contido em sua nomenclatura botânica: nos nomes que davam às plantas, que traziam indicações sobre suas características e usos possíveis, entre outros elementos. Essa pesquisa foi, em 2018 resgatada e publicada pela Dantes Editora, como parte dos estudos do Selvagem, no livro Mba’é Ka’á: o que tem na mata – a botânica nomenclatura indígena.
Anos depois, tomou lugar esse reencontro na forma da exposição Mba’é Ka’á, celebrando a integração de saberes, conhecimentos, expressões artísticas e formas de se relacionar com a floresta.
LIVRO
Mbaé Kaá, o que tem na mata. A botânica nomenclatura indígena
Falante do tupi antigo, do nheengatu e do guarani, em 1905 João Barbosa Rodrigues publica Mbaé Kaá, Tapyiyetá Enoyndaua. A Botânica nomenclatura indígena, uma contundente defesa do conhecimento nativo diante do meio científico. Mesmo dentro do vocabulário da época e das perspectivas do início do século é um livro fundamental para apoiar o reconhecimento da sabedoria indígena no Brasil e no mundo. A Dantes buscou atualizar essa memória, e esticá-la aos dias de hoje, ao epicentro que é o Jaraguá, uma aldeia urbana do povo Guarani em plena cidade de São Paulo. A nova do edição livro foi ilustrada por crianças, jovens e adultos Guarani durante uma oficina em setembro de 2018 na aldeia Pyau. Foram também elaboradas novas notas. A apresentação é assinada por Sergio Besserman e a introdução por Fabio Rubio Scarano.
PLAYLIST
Sinopse: Compartilhamos alguns filmes que criamos para nos aproximar delicadamente dos encantos da floresta e da língua Guarani. São
pequenas “aulas” em Guarani com tradução em português, concebidos pelo Selvagem para aproximar o público dos encantos da floresta
e da língua Guarani assinados por Anna Dantes, Carlos Papá, Cris Takuá e Elisa Mendes.
GALERIA DE FOTOS
Fotos: Renato Mangolin
CRÉDITOS
Curadoria
Anna Dantes
Pesquisa, conteúdo e cessão de uso de arquivo
Selvagem, ciclo de estudos sobre a vida
Coordenação das oficinas de pintura das palmeiras e das telas sobre a Nhe’ëry
Carlos Papá, Escola Viva Guarani – Terra Indígena Rio Silveira, São Paulo
Colaboração
Cristine Takuá, Escolas Vivas, Dantes Editora e Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Desenhos e palavras nas paredes:
Cristine Takuá, Carlos Papá, Kauê e Djeguaká
Montagem
Camuflagem
Design Gráfico
Disarme Grafico
Iluminação
Acenda Iluminação | Diana Joels e Paula Carnelós
Produção Gráfica
Base Comunicação Visual | Rodrigo Pinilla
Produção
IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão
CRÉDITOS JARDIM VIVA VIVA ESCOLA VIVA
roda de bichinhos, ajakás, maracás, plantas e banquinhos
Montagem
Cristine Takuá
“8 ajakás (cestos) pequenos”
Letícia Macena
Palha de taquara tingida, 8 x 6,5 cm, 2023
“66 bichinhos”
Thiago Wera Benites
Madeira, tamanhos variados, 2023
“5 maracás”
Karai Mirim
Cabaça, sementes e madeira, tamanhos variados, 2023
Plantas
As plantas vivem no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, sob os cuidados da Coleção Temática de Plantas Medicinais e da Coleção Viva.
Bancos
17 banquinhos
Ateliê Arte de Obra