Lastenia Canayo, artista Shipibo-Konibo, esteve no Brasil pela primeira vez a convite do Selvagem Ciclo de Estudos. Também conhecida como Pecon Quena, ela viajou por muitas horas desde a Amazônia peruana para compartilhar suas visões e processos criativos.
No sábado, dia 22 de outubro de 2022, ela esteve no Instituto Inclusartiz para uma conversa mediada por Anna Dantes e Paulo Herkenhoff, curador e crítico de arte. Contamos com a tradução de Anai Vera neste evento gratuito e aberto ao público.
O nome Pecon Quena, que quer dizer “aquela que chama as cores”, lhe foi dado por suas avós. Também veio de sua linhagem feminina o dom de vivenciar conexões sutis com outros reinos da natureza. Filha mais velha de seis irmãos, ela gosta de pintar desde criança e contou ser a única que conduz e dá continuidade a esse dom.
Suas criações são inspiradas no que aprendeu com suas ancestrais e em sonhos. Ela vê os donos das plantas e os materializa em artes feitas à mão: desenhos, pinturas, bordados, esculturas e cerâmicas.
Os donos são os guardiões, espíritos encarregados de proteger as plantas e animais e conferir poderes para que eles atuem e transformem o mundo. São também espíritos que cuidam da aproximação entre os humanos e as forças da natureza. Pecon Quena acessa essas dimensões e oferece pistas vibrantes de mundos em que a cor cura.
Suas pinturas ilustram o livro Plantas Mestras – Tabaco e Ayahuasca, de Jeremy Narby e Rafael Chanchari Pizuri, recém lançado pela Dantes Editora.
Além de conhecer e aprender com ela, os presentes puderam adquirir obras e fortalecer seu trabalho.
Link para matéria no site do Instituto Inclusartiz:
Imagens: Mari Rotili