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Ciclo Selvagem

NHE’ËRY BANHA SÃO PAULO: Selvagem na revista Nossa América

Por 23 de novembro de 2023Nenhum Comentário

O Museu das Culturas Indígenas – MCI completou um ano em junho de 2023, e o Ciclo Nhe’ẽry● Ayvu Pará fez parte das programações que comemoraram a presença deste importante espaço de articulação na região central da cidade de São Paulo. Criado para intensificar o diálogo entre os povos originários e fortalecer a luta pelos territórios, o MCI tem uma gestão compartilhada com os povos indígenas.

Nas palavras de Cristine Takuá, fundadora e diretora de articulação e relacionamento, “esse museu, que a gente está chamando de Tava, a Casa de Transformação, é uma ocupação territorial para dar visibilidade aos povos indígenas do Brasil, mais especificamente de São Paulo. A ocupação aqui foi um momento de muita conquista, de conseguir um espaço em que educadores indígenas levam seu conhecimento, em que mestres dos saberes falam da luta, da história, da cultura de seu povo. Nesse primeiro ano a gente ainda está num processo criativo e filosófico de construir o museu que queremos. Mas já vejo esse espaço muito forte. Isso nunca existiu antes”.

Em sua 61ª edição, a Revista Nossa América — uma publicação semestral do Memorial da América Latina —, trouxe um artigo que apresenta o Selvagem, ciclo de estudos e os encontros do ciclo conduzido por Carlos Papá. O artigo, escrito e editado por Eduardo Rascov, é acompanhado por fotos de Mariana Rotili.

A revista traz na capa uma mamãe onça e seu filhote, pintada pela artista pataxó Tamikuã Txihi em um muro do Museu das Culturas Indígenas. 

 

O artigo menciona também o livro Línguas Ameríndias – ontem, hoje e amanhã, lançado em 2020 pela Fundação Memorial da América Latina, que traz a beleza e a resistência das línguas dos povos originários como importante forma de existência, afinal, “a língua é o núcleo de uma cultura que inclui muitos outros saberes vivos”. Carlos Papá, que também é um dos fundadores do MCI, é coautor da obra.

Nhe’ẽry, onde os espíritos se banham, é como os Guarani nomeiam o território que costuma ser chamado de Mata Atlântica, um lugar sustentado pela água, Y, habitado por ijás, donos dos seres e responsáveis pelas árvores, por animais e por todos os elementos da natureza. O ciclo,  realizado em parceria com a Escola Viva Guarani Mbya Arandu Porã e o Museu das Culturas Indígenas, foi gravado durante encontros presenciais que aconteceram em junho, no próprio museu. Nesses encontros, além das conversas, sete jovens artistas guarani pintaram telas sobre a Nhe’ẽry de antes da invasão colonial e a Nhe’ẽry remanescente nos nomes de lugares da cidade de São Paulo. Dos encontros presenciais emergiu o ciclo online AYVU PARÁ – desenho da fala, com 13 videoaulas sobre os profundos significados das palavras e poéticas da língua guarani.

Acesse aqui a versão digital da revista. 

Acesse aqui a playlist  AYVU PARÁ

Texto: Clarissa Cruz e Mariana Rotili

Fotos: Mariana Rotili

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