MBYA ARANDU PORÃ
ESCOLA VIVA GUARANI
Território: Terra Indígena Ribeirão Silveira, o território tem 948 hectares homologados e está em fase de ampliação há anos, tendo sido declarada a portaria para 8.468 hectares passando a fazer limite com três municípios: Bertioga, São Sebastião e Salesópolis.
População beneficiada: diretamente 50 pessoas, indiretamente 400 pessoas do povo
Guarani Mbya
Coordenador: Carlos Papá
Na MBYA ARANDU PORÃ, nome da Escola Viva Guarani, os jovens começaram a despertar suas memórias adormecidas. Práticas ancestrais estão em diálogo com técnicas de agrofloresta, cultivo de abelhas e com uma Casa de Essências.
Neste território, onde a língua Guarani é dominante, crianças e jovens encontram na Escola Viva um lugar para conhecer as histórias de seu povo, praticar sua arte e ciência.
O POVO GUARANI habita a região meridional da América do Sul em um amplo território, no qual se sobrepõem os territórios de Paraguai, Brasil, Argentina, Uruguai e Bolívia. Os GUARANI nomeiam toda essa região como YVY RUPA. No território do Rio Silveira, onde se localiza a MBYA ARANDU PORÃ, os jovens estão começando a perceber a importância da ESCOLA VIVA e, através desse diálogo, começaram a cantar coisas que já se tinham perdido há muitos anos.
A ESCOLA VIVA é uma ferramenta para trazer essa educação milenar, uma educação de respeito, uma educação de saúde, uma educação do andar, uma educação de falar, uma educação de olhar.
“Através da Escola Viva pude ter experiência com os mais velhos sobre
a importância da vida e do quanto é importante trazer a valorização dos conhecimentos da nossa tradição e, com muito esforço, isso vem sendo praticado. Hoje os jovens estão procurando mais o ponto de cultura quando querem conversar, falar dos sonhos, desenhar e saber mais das histórias. Eu e uma pequena parte da comunidade nos reconhecemos
como escola viva. Uma parte maior não entende ainda,
mas acredito que, com o tempo, entenderão.”
Carlos Papá
APOIO MENSAL:
O recurso é utilizado para a realização de oficinas, a manutenção da casa de reza e do viveiro de plantas, além do apoio a famílias envolvidas com as atividades da escola.
PRÓXIMOS PASSOS:
Intercâmbios Guarani, para troca de sementes e criação das abelhas nativas.
Construir uma casa do parto para cuidado das meninas moças em fase de gestação e para realização dos partos.
Fortalecer os roçados para alcançar a segurança alimentar.
COORDENADOR
Carlos Papá Mirim Poty pertence ao povo Guarani Mbya. É morador da aldeia do Rio Silveira e guardião das palavras sagradas Guarani. Ao longo dos últimos anos, Papá vem soprando ao mundo mensagens sobre a importância da valorização e do respeito à Nhë’ery, a Mata Atlântica. Através de Ayvu Porã, as boas e belas palavras, ele transmite a filosofia e a memória ancestral deixadas por seus avós. Trabalha há mais de 20 anos com audiovisual, cultivando a memória e a história de seu povo através de oficinas culturais com os jovens. Atua também como líder espiritual em sua comunidade, sendo conhecedor das plantas que curam e orientam o nosso caminhar. É representante da Comissão Guarani Yvy Rupa e também fundador e conselheiro do Instituto Maracá. São inúmeros os projetos e eventos dos quais participou e para os quais vem sendo convidado nos últimos anos, tais como: Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, em Tocantins, 2015; ciclo de debates Mekukradjá – Círculo de Saberes, no Itaú Cultural; diversas sessões, mostras e festivais de cinema, como o Aldeia SP – Bienal de Cinema Indígena, o Festival Tela Indígena, realizado em Porto Alegre, e o Festival de Culturas Indígenas no Memorial da América Latina, em São Paulo. Foi curador do rec.tyty – Festival de artes indígenas. Participou como artista da exposição Moquém-Surari, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), durante a 34ª Bienal de São Paulo. É morador da Terra Indígena Rio Silveira, localizada na divisa entre os municípios de Bertioga e São Sebastião.