MUNDÃO MIUDINHO

Desde que a fábula me convidou para desenhar as estampas da coleção “mundão miudinho”, me senti muito em casa! Pelas trilhas dos chãos molhados das florestas densas, estou ajoelhada na terra olhando todos seres florestais muito de pertinho sempre, essa sou eu naturalmente!

Quando caminho pela floresta, na presença conectada com minha essência, consigo enxergar cada pontinho de magia que brilha aos encontros, como uma folha que encontra uma gota d’água e a luz bate de um jeito que tudo brilha junto, as composições espontâneas na floresta são presentes para quem está atento desde o coração. Os seres invisíveis nos deixam sentir suas casas entre as árvores, a sutileza está espalhada e expandida pela floresta em todos os sentidos.

Durante as caminhadas, os banhos de floresta, é quando amo fotografar os seres pequenininhos, quase invisíveis. Então, ao longo desses anos de pesquisa, fiz uma biblioteca da floresta com registros selvagens e, através dessas fotos, comecei a desenhar as estampas!
O que podemos acessar nessas imagens dos seres da floresta? Há uma percepção que nos convida a viver experiências sensoriais:

Estar em conexão dentro da floresta é como sentir a unidade integrar em suas células e observar em alegria o vazio quântico. “Vazio criativo onde estão todas as possibilidades e nenhuma garantia.”

Minha missão é a observação das diversas formas de transmissão de conhecimento da floresta junto com as crianças através da arte e elas como protagonistas de suas próprias expedições e investigações durante os caminhos pela floresta. Acompanho suas criações e composições espontâneas e é como acordar a sensibilidade para cada detalhe desde a simplicidade. Pisar na terra. Sentir a água no ar. Contemplar e descobrir. Os desenhos na natureza se repetem em diferentes escalas.

Há uma semente dentro do coração de cada ser vivo presente. O importante pra mim é ver as crianças em relação com as fontes vitais naturais e límpidas, que transmitem a pureza que existe na preservação e conservação da natureza. Por isso, esse trabalho com a fábula nessa coleção me fez muito sentido. Reconhecer onde estamos pisando e olhar de pertinho universos dentro da nossa biodiversidade.

Nós fizemos também em parceria, um conteúdo de curiosidades das espécies, um “o que é o que é” que eu, com uma lupa gravei de pertinho os seres microscópicos, insetos, quase invisíveis, para as crianças se conectarem com esses seres de mundão miudinho, que às vezes passam despercebidos pelo nosso olhar, por isso, ativar todos os olhos espalhados em nossos corpos durante o lançamento da coleção.