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Filmes e Flechas

DOIS MOVIMENTOS NA VILA MARIANA: 7 Flechas na Cinemateca e Sempre um Papo no Sesc

Por 11 de agosto de 2023outubro 23rd, 2023Nenhum Comentário

 

Lançada em 7 episódios ao longo de 2021 e 2022, em 2023 a série audiovisual Flechas Selvagens tem experimentado voos coletivos. Em 11 de julho, eles foram exibidos em sequência na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, abrindo a programação da Mostra Povos Originários da América Latina.

A Mostra fez parte do Festival Cultura e Sustentabilidade: Criatividade para um Mundo Possível, composto por filmes, palestras e debates, numa rica programação que seguiu um recorte curatorial com conteúdos que destacavam as relações entre povos originários e seus territórios. O evento visava conectar as pautas ambientais, sociais e de governança ao setor social, articulando o papel da cultura na promoção de ações que encarem criativamente as urgências globais.

Anna Dantes, que assina a direção artística, roteiro e pesquisa das Flechas, esteve presente na abertura da Mostra, que reuniu obras feitas por cineastas indígenas e não indígenas do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, México e Peru, em uma convergência de criações que trabalham por visões e vínculos profundos com a vida.

Destinadas ao público geral, as Flechas são um convite para que escolas, universidades, pontos de cultura e projetos comunitários de educação acessem narrativas mais pluriversais. Elas estão disponíveis no canal do youtube do Selvagem com legendas em inglês, francês e espanhol e são acompanhadas de Cadernos Selvagem para ler e baixar de graça, com informações complementares, propostas de atividades e ativações.

A Cinemateca

Instituição de salvaguarda do cinema nacional, a Cinemateca Brasileira fica em um edifício histórico de 1887, na Vila Mariana, em São Paulo. Idealizada por Paulo Emílio Salles Gomes, seu projeto começou nos anos 1940 como o Clube de Cinema de São Paulo, no intuito de difundir a cultura cinematográfica no país através de projeções e debates. Eram os tempos do Estado Novo e o Departamento de Imprensa e Propaganda (DI) do governo de Getúlio Vargas logo decretou o encerramento das atividades.

O projeto ganhou a clandestinidade, seguindo ativo como um cineclube na casa de Paulo de 1941 a 1946, quando foi oficializada a criação do segundo Clube de Cinema de São Paulo. Em 75 anos de atividades, a Cinemateca Brasileira se tornou o maior acervo de imagens em movimento da América do Sul, atuando nas frentes de pesquisa, restauro, manutenção e difusão do cinema.

Sempre um Papo

Também na Vila Mariana está a unidade do Sesc que recebeu Ailton Krenak para o projeto Sempre um Papo, no dia 25 de julho. Junto da psicóloga, escritora e ativista Geni Núñez, Ailton conversou com o público e evocou uma comunidade temporária e afetiva. Os temas gravitaram entre a vida “acimentada” nas cidades, a invisibilidade histórica dos povos indígenas e a exaustiva demanda que experimentam nesses tempos em que o ser humano parece sem repertório diante do fracasso das velhas respostas para os problemas que ele mesmo criou, recorrendo com muita sede às fontes de sabedoria de povos que pisam suavemente sobre a terra. Ailton e Geni trouxeram também o tema do cuidado para o centro do debate, elevando-o ao campo da amorosidade e da prática de reflorestamento dos espaços, relações, sonhos e imaginações.

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